terça-feira, 1 de maio de 2018

NOTÍCIAS DA IGREJA: PARA FRANCISCO E VATICANO

Papa em Alessano: Livrar-se dos sinais do poder, para dar espaço ao poder dos sinais


O Papa Francisco deixou o Vaticano na manhã do dia 20, para fazer uma Visita Pastoral à região da Puglia, no sul da Itália. Durante a sua breve viagem em território nacional, o Santo Padre esteve em Alessano, Diocese de Ugento, e em Molfetta, Diocese de Bari.

O objetivo desta sua primeira visita à Puglia é celebrar o 25° aniversário de morte de Dom Tonino Bello, cuja Causa de Beatificação está em andamento. Dom Antonino nasceu em Alessano, no dia 18 de março de 1935, e faleceu em Molfetta, em 20 de abril de 1993, onde desempenhou sua missão episcopal.

Na cidade de Alessano, o Papa visitou o túmulo do Servo de Deus, Dom Tonino, onde cumprimentou os seus familiares. A seguir, na praça diante do Cemitério, o Papa pronunciou seu discurso aos fiéis da localidade citando e refletindo sobre algumas palavras de agradecimento de Dom Tonino: “Obrigado, minha terra, pequena e pobre, que me fez nascer pobre, como você, mas, precisamente por isso, de você recebi a riqueza incomparável de entender os pobres e, hoje, poder servi-los”. A este respeito, Francisco disse:

Entender os pobres foi para ele uma verdadeira riqueza. E com razão, pois os pobres são a riqueza da Igreja. O Evangelho, de fato, apresenta-nos, muitas vezes, uma vida incômoda, porque quem segue a Jesus ama os pobres e os humildes. Foi o que fez Dom Tonino: não buscou privilégios e uma vida cômoda, mas viveu ao lado dos pobres, sob o exemplo de Jesus que “era rico, mas se fez pobre”.

O Servo de Deus preocupava-se com a indiferença, com a falta de trabalho, e colocava, acima de tudo, a dignidade do homem. Ele semeava a paz, a melhor maneira de prevenir a violência e todo tipo de guerra; colocava-se a serviço dos mais necessitados e promovia a justiça social. E o Papa explicou:

Queridos irmãos e irmãs, esta vocação de paz pertence à sua terra, a esta maravilhosa terra de fronteira “finis-terre”, que Dom Tonino chamava “terra-janela”, porque o Sul da Itália se abre ao Sul do mundo, onde os pobres são bem mais numerosos e os ricos mais ricos. De fato, vocês são uma “janela aberta” para a pobreza do mundo, mas também uma “janela de esperança”, para que o Mediterrâneo, bacia histórica de civilização, não seja palco de guerra, mas arca de paz acolhedora”.

Nesta terra, disse o Papa, desabrochou a vocação de Dom Tonino, que ele a chamava “evocação” de Deus, capaz de transformar nossas vidas frágeis. Vocação, para Dom Tonino, “é uma chamada a ser fiéis, não apenas devotos, mas verdadeiros apaixonados por Deus”. Com este desejo, o Servo de Deus recomendava aos seus sacerdotes e fiéis uma Igreja aberta para o mundo, não mundana. Aqui, Francisco ressaltou outra qualidade de Dom Tonino:

O nome de Dom Tonino representa a sua salutar alergia pelos títulos e honras. Seu desejo era privar-se de qualquer coisa por Jesus, que se despojou totalmente na cruz; era livrar-se dos “sinais do poder” para dar espaço ao “poder dos sinais”. Dom Tonino exortava os fiéis a “serem contempla-ativos, ou seja, partir da contemplação para desembocar no dinamismo, na ação; deter-se diante do sacrário e partir para a missão evangélica”.

O Santo Padre concluiu seu discurso invocando a Mãe do Senhor, a fim de nos ajudar a ser sempre Igreja contemplativa, apaixonada por Deus e pelo homem.

Por fim, convidou os presentes a imitar o Servo de Deus, Dom Tonino, deixando-nos guiar pelo seu jovem ardor cristão.



Batismo é renascimento e segundo aniversário, diz Papa


No 18 de abril, o Santo Padre, Papa Francisco fez a tradicional catequese para os fiéis. A temática foi sobre sinal da fé cristã, que deu início a uma nova série, desta vez sobre o Batismo.

Para o Papa o batismo é um renascimento, um “segundo aniversário”. O Sumo Pontífice explicou o significado da celebração, começando pelo rito de acolhimento. “Antes de tudo, pergunta-se o nome do candidato, porque o nome indica a identidade de uma pessoa, nos tira do anonimato. Deus chama cada um pelo nome, amando-nos singularmente, na concretude da nossa história. O Batismo acende a vocação pessoal a viver como cristãos, que se desenvolverá durante toda a vida. E implica uma resposta pessoal e não emprestada, com um ‘copiar e colar’. ”

O Santo Padre ressaltou que a fé não se compra: “é um dom que vem do alto, não se pode comprar, mas sim pedir. ‘Senhor, dá-me o dom da fé’, é uma bela oração”, disse o Papa.

Ele também ressalta que a formação dos catecúmenos e a preparação dos pais são importantes para suscitar e despertar uma fé sincera, pois se os catecúmenos adultos manifestam em primeira pessoa aquilo que desejam receber como dom da Igreja, as crianças são apresentadas pelos pais, com os padrinhos.

Expressão disto tudo é o sinal da cruz que o celebrante e os pais traçam sobre a testa das crianças, que manifesta o sigilo de Cristo sobre aquele que está para Lhe pertencer e significa a graça da redenção.

Marca

“A cruz é o distintivo que manifesta quem somos”, explicou o Papa: o nosso falar, pensar, olhar e agir está sob o sinal da cruz, isto é, do amor de Jesus até o fim. As crianças são marcadas na testa e os catecúmenos adultos são marcados também nos sentidos. Torna-se cristão à medida em que a cruz se imprime em nós como uma marca ‘pascal’, tornando visível, inclusive exteriormente, o modo cristão de enfrentar a vida”, explicou o Papa.

Banco Mundial

Ao final da Audiência Geral, o Papa Francisco recordou que sábado próximo, em Washington, têm início as reuniões de primavera do Banco Mundial.
“Encorajo os esforços que, mediante a inclusão financeira, tentam promover a vida dos mais pobres, favorecendo um autêntico desenvolvimento integral e respeitoso da dignidade humana.”


PAPA AOS BISPOS DA NIGÉRIA: que a nigéria encontre concordia e paz


Imediatamente após a oração mariana do Regina Coeli, o Papa Francisco voltou a rezar pela Nigéria, devastada pela violência. Depois de ter recebido em audiência nestes dias os bispos do país africano, em visita ad Limina, o Papa recordou o massacre ocorrido na última terça-feira na aldeia de Mbalom, no Estado de Benue, quando um grupo de homens armados assassinou dois sacerdotes e pelo menos 16 fiéis após a celebração da Santa Missa.

“Na semana passada, a comunidade cristã na Nigéria foi novamente atingida com o assassinato de um grupo de fiéis, entre os quais dois sacerdotes: confiamos ao Deus da misericórdia esses irmãos para que ajudem aquelas comunidades tão provadas a reencontrar a concórdia e a paz”.

Na madrugada de terça-feira, 24 de abril, dois sacerdotes e pelo menos 16 fiéis foram assassinados em uma operação armada após a celebração da missa na paróquia de Santo Inácio de Ukpor-Mbalom, na aldeia de Mbalom, pertencente à diocese de Makurdi, no Estado de Benue. Essa região faz parte do chamado Cinturão do Meio, a parte central do país que divide o norte com a preponderância muçulmana, do sul amplamente habitada pelos cristãos.

Depois de atacar a igreja, os bandidos entraram na aldeia e destruíram mais de 60 casas e celeiros. Os habitantes fugiram para as aldeias vizinhas, na esperança de encontrar um refúgio seguro.

Os autores do massacre são os pastores nômades muçulmanos do grupo étnico Fulani que cada vez mais tentam se apropriar das terras férteis cultivadas pelos camponeses de fé cristã. A violência não depende apenas de motivos religiosos, mas também da vontade de controlar os recursos hídricos.



Jornal Online “A Voz de Lourdes” – Maio de 2018
Compilação e Edição: Sérgio Bonadiman - Revisão e Publicação: Dermeval Neves
Responsabilidade: PASCOM Paróquia Nossa Senhora de Lourdes - Vila Hamburguesa – SP
Site da Paróquiahttp://www.pnslourdes.com.br