sexta-feira, 1 de setembro de 2017

TEMPO DE PRIMAVERA E DA PALAVRA EM NOSSAS VIDAS



Artigo acadêmico produzido
em 28 de Agosto de 2017.
Por João Petrônio dos Santos.
Concluinte do curso de Teologia
Unisal-Campus Pio XI.

O mês de setembro se aproxima! Isso nos motiva a prestarmos ação de graças a Deus. Pois como diz o salmista: “É a ti que eu suplico Iahweh! De manhã ouves minha voz; de manhã eu me preparo para ti e fico esperando...” (Sl 5, 3b-4)

Em setembro, muitos motivos nos fazem exultar de alegria: “O Senhor é bom e eterna é a sua misericórdia” (Sl 136, 1). É ele quem nos faz saltar de alegria. Sabendo que a Bíblia não é um livro de ciência e sim de fé, a Igreja tem a intenção de estimular sua leitura para uma melhor intimidade com a Palavra Sagrada e sua maior compreensão, para isso, contamos com a fé e a iluminação do Espírito Santo. “Quando vier o Espírito da Verdade, ele vos guiará na verdade plena” (Jo 16, 13a).

Neste mês, mais uma vez, será todo dedicado a Bíblia. Pois a Igreja celebra no seu último dia São Jerônimo. Foi ele quem nos presenteou com a tradução da Sagrada Escritura do grego e hebraico para o latim, obedecendo a tão grande e nobre tarefa recebida do Papa Dâmaso (366-384) do qual era secretário.

Junto a tantas motivações que temos, destacamos a chegada da primavera. Estação das cores, das flores, dos aromas, tudo isso é sinônimo que antecede os frutos. Que vem abundantemente sobre nossa terra, para todos os filhos de Deus.

Todo o nono mês de cada ano, a Igreja do Brasil o consagra como: “O mês da Bíblia”. Sendo ela a Palavra Sagrada, tem o poder de nos trazer os frutos e o conforto espiritual que precisamos para esta nossa caminhada.

Lembramos que o inverno já passou e com ele suas características. Chega então para nossa alegria a renovação da natureza como um desabrochar que dá testemunho de uma nova vida, depois de ter suportado o frio, a chuva, o cinzento e melancólico período de hibernação.

Assim como as flores que se manifestam e trazem vida, perfume e cores chegam juntamente com elas a potencialidade de inspirar e estimular a existência humana. Assim do mesmo modo é a descoberta da Palavra de Deus.

Quem dela se aproxima com disposição e coração aberto há de sentir a jovialidade primaveril que só ela contém. Pois a Sagrada Escritura como Palavra de Deus ilumina, aquece, consola e orienta a todos que precisam escapar com vida do inverno tenebroso.

Desta coleção de textos inspirados, assim falava Santo Agostinho: “nela está exposto a genuína doutrina acerca da Revelação Divina e de sua transmissão a fim de que pelo anúncio da salvação, o mundo inteiro ouvindo creia, crendo espere, esperando ame”. [1]

A Bíblia é o conjunto de 73 livros sagrados que conta a história e narra as experiências vividas do povo de Deus. Fala do relacionamento entre Deus que se revela (cf. Ef. 1,9) e de um povo que abandonando crenças antigas se deixa cativar, conduzir e amar por um único e verdadeiro Deus.  Nesta coleção de livros sempre será encontrada a luz que precisamos para iluminar e guiar nossos passos, enquanto caminharmos neste mundo.   Como falou o próprio Cristo, Filho de Deus: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vem ao Pai a não ser por mim” (Jo 14,7).

A primeira grande divisão entre estes livros é a chegada de Jesus Cristo. Antes do seu nascimento, chamamos de Antigo ou Primeiro testamento. Vai do livro do Gênesis ao livro de Malaquias contendo 46 livros. Com seu nascimento, consideramos a era cristã, chamamos de Novo ou Segundo testamento, que vai do evangelho de Mateus ao Apocalipse e contém 27 livros.

Para a Igreja Católica, a Bíblia não é a única fonte de revelação doutrinal. Além dela, acreditamos na Sagrada Tradição, como fonte digna de fé. A Tradição são os ensinamentos (escritos) dos primeiros cristãos que conviveram e beberam diretamente da fonte apostólica ou até mesmo seus seguidores imediatos. A Igreja que conduzida pelo Espírito Santo, ensina, cuida e conduz seu rebanho sob a orientação destas duas fontes seguras de fé. Hoje este rebanho, que somos todos nós, é guiado e orientado por Pedro (Mt 16, 18) que nos conduz para Deus na atual presença do Papa Francisco. Foi pela pessoa de Cristo que toda plenitude da revelação chegou até a humanidade (DV n. 162).

Pelo Espírito Santo que é a alma da Igreja, que nos foi enviado por Jesus Cristo no dia de Pentecostes, nós cremos na interpretação da Bíblia feita pelo magistério da Igreja. Pois esta ação do ministério eclesial é dogma de fé.

A Igreja Católica Apostólica e Romana constituída de homens, santos e pecadores, pois a ela é garantida pela iluminação divina o entendimento e proclamação da Palavra de Deus. Ela se apóia e valoriza a ciência para que iluminada na fé dos apóstolos possa entender a revelação de Deus que se manifesta ainda hoje em nosso meio.


[1] Const. Dogmatica Dei Verbum, n.161.



Jornal Online “A Voz de Lourdes” – Setembro de 2017
Compilação e Edição: Sérgio Bonadiman - Revisão e Publicação: Dermeval Neves
Responsabilidade: PASCOM Paróquia Nossa Senhora de Lourdes - Vila Hamburguesa – SP
Site da Paróquiahttp://www.pnslourdes.com.br