quinta-feira, 6 de outubro de 2016

REFLEXÃO MARIANA

Santa Maria! Mãe e sua autoridade espiritual
Ele, “Jesus, lhes era submisso” (Lc 2,51). 

Atualmente no mundo relativista e globalizado poucos sabem que o caminho da salvação se deu por meio dela, suas aceitação e missão. E, Deus quis que o Salvador viesse a nós por meio da ação do Espírito Santo com onipotência, onisciência e onipresença. Mas, Deus quis biologicamente a judia Maria (Gen 3,15), pois a autoridade materna de Maria sobre Jesus fez-se no cumprimento do mandamento de Honrar pai e mãe presente antecipadamente nos mandamentos dados duas vezes a Moisés e no primeiro milagre de Jesus, quando a agua se transformou em vinho nas bodas. E, este poder tem-la por ser Filha de Deus Pai, mãe de Deus Filho e esposa do Espírito Santo e daí se cumpre a profecia do gênesis : ”Ela te esmagará a cabeça”. É, portanto por Maria, mãe de Deus Filho, que devemos ir a Jesus, porque Jesus veio a nós pelo útero santo, imaculado, sacratíssimo d´Ela. Por este motivo na religiosidade popular principalmente na ladainha se diz a nova arca da aliança, o primeiro sacrário vivo, a mãe eucarística, etc. 

Maria é anunciada por São Gabriel a ser a Mãe de Deus e isto se deu por ser Jesus uma das três pessoas da Trindade, ou seja Ele é o Deus Redentor dos Homens, o Deus Filho. E Maria é Mãe d´Ele anunciada por Isabel, prima judia, que lhe disse: “A que devo a honra de receber a Mãe do meu Senhor?” (Lc 1,43). Por esta mariologia, no início do cristianismo, que a Patrologia latina e grega vai nos historificar que os santos chamaram-na de “Onipotência Suplicante”, isto é, a Mãe do Deus Uno na essência e Trino nas pessoas ontológicas e ela pode tudo com as suas súplicas diretamente entregues a seu Filho no trono celeste. Por isto foi reconhecida pelos cristãos primitivos como TEOTHOKOS, que quer dizer: Mãe de Deus (Gal 4,4). 

Poucos entendem o dogma dela sobre o título de Imaculada. Isto é, a mãe de Deus Filho Redentor foi concebida no seio de sua mãe (Santa Ana, que por idade e estado estava estéril) sem o pecado original, mesmo que todos os homens herdaram de Adão e Eva o pecado original. Maria foi preservada por graça e ação salvadora do pecado original a priori, por causa do sacrifício de Jesus na Cruz. Mas, vale lembrar que Deus antecipou para Ela a redenção e para Deus que é atemporal, metafísico, eterno e incognoscível o tempo não é obstáculo.

Este dogma, da Imaculada - foi proclamado, seis séculos depois de sua primeira defesa contra a Mariologia Dominicana Medieval, pelo Papa Pio IX, em 1854, solenemente. E, confirmado pela própria Virgem em Lourdes, quatro anos depois, quando disse à menina Bernadete: “Eu sou a Imaculada Conceição”, em 1858. Maria foi livre do pecado para que Jesus também o fosse; isto é, ela foi livre das cadeias do pecado original, da morte e de Satanás, para poder vencê-los e libertar a humanidade escrava. Diz-se: "Pode o puro, Jesus, vir dum ser impuro? "(Jo 14:4). 

Em sua Constituição Apostólica Ineffabilis Deus (8 de dezembro de 1854), que definiu oficialmente a Imaculada Conceição como dogma, o Papa Pio IX recorreu principalmente para a afirmação de Gênesis( 3:15), onde Deus disse: "Eu Porei inimizade entre ti e a mulher, entre sua descendência e a dela", assim, segundo esta profecia, seria necessário uma mulher sem pecado, para dar à luz o Cristo, que reconciliaria o homem com Deus. O verso "Tu és toda formosa, meu amor, não há mancha em ti", no Cântico dos Cânticos (4,7) é usado para defender a Imaculada Conceição. Conclui-se que por obediência Jesus foi submisso a Maria e a José porque o criador se fez sujeito à sua criatura “E Ele lhes era submisso” (Lc 2,51). Também no céu Maria continua Mãe de Jesus, a quem Ele tem a alegria de “obedecer”. Sendo Mãe de Deus, o Rei, Ela foi humilde, simples, silenciosa, sofredora. Maria só apareceu nas horas difíceis: Os humildes sempre são ocultos e Ela sempre foi, é e será a “cheia de graça” (Lc 1,30 e 28). 

Finalizando com uma Teologia Especulativa, em 1252 quando Santo Tomás contava apenas 27 anos de idade, ainda no início de sua atividade acadêmica em Paris, ele escreveu o seguinte: "Ao terceiro, respondo dizendo que se consegue a pureza pelo afastamento do contrário: por isso, pode haver alguma criatura que, entre as realidades criadas, nenhum seja mais pura do que ela, se não houver nela nenhum contágio do pecado; e tal foi a pureza da Virgem Santa, que foi imune do pecado original e do atual." (I Sent., d. 44, q. 1, a. 3).

Ela foi consagrada inteiramente a Deus e Maria sempre quis ser Virgem. Mas, Deus precisou dela para ser a Mãe de seu Filho unigênito. Como para Deus tudo é possível, Ele a preservou Virgem perpetuamente e este dogma mariano a Igreja ensina: Ela é “Virgem antes do parto, Virgem no parto e Virgem após o parto”. É uma glória que Deus quis lhe dar. É um dogma ex-Cathedra de fé proferido pelo Sagrado Magistério. Este é um milagre, que não pode ser entendido pelo método empírico da ciência. (Concílio de Cápua, Itália, ano 381). “Ninguém teria Cristo, o verbo, como Sumo Mediador e Redentor se Ele não tivesse preservado do Pecado Original (dado o Bem Supremo-preservação da culpa) ao menos alguém do Pecado Original” (Neoplatonismo Agostiniano do Beato João Duns Scotus –O.F.M). 


Prof. Adilson L.P. Oliveira


Jornal Online “A Voz de Lourdes” – Outubro de 2016
Compilação e Edição: Sérgio Bonadiman - Revisão e Publicação: Dermeval Neves
Responsabilidade: PASCOM Paróquia Nossa Senhora de Lourdes - Vila Hamburguesa – SP
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