quarta-feira, 4 de maio de 2016

MARIA, A MÃE DA IGREJA

(Prof. Adilson L. P. Oliveira)

O papel de Maria para com a Igreja é inseparável de sua união com Cristo e  esta união de Maria com seu Filho na obra da salvação manifesta-se desde a hora da concepção virginal de Cristo até sua morte. E, a bem-aventurada Virgem avançou em sua peregrinação de fé, manteve fielmente sua união com o Filho até a cruz, onde esteve em pé e sofreu intensamente junto com seu unigênito. Mais, com ânimo materno se associou a seu sacrifício, consentindo com amor na imolação da vítima por ela gerada. Finalmente, pelo próprio Jesus moribundo na cruz, foi dada como mãe ao discípulo(Jo 19,26-27/L.G. item 58.).

Jesus é o Filho Único de Maria, mas a maternidade espiritual de Maria, sob a luz da Sagrada Escritura(Jo 19, 26-27  e Ap 12, 17), estende-se a todos os homens que Ele veio salvar: "Ela gerou seu Filho, do qual Deus fez “o primogênito entre uma multidão de irmãos”, como diz um texto bíblico (Rm 8,29). Isto é, entre os fiéis, em cujo nascimento e educação Ela coopera com amor materno. Este dogma, Ex Cathedra, presenteou-nos o Sagrado Magistério cujo ensinamento se encontra na  Constituição Dogmática do Concílio Vaticano II, Lumen gentium, item 63.

No apostolado, nas missões e nos ministérios da Igreja, há esta comunhão dos homens com Deus pela "caridade que nunca passará" (1 Cor 13,8). E, a santidade é medida segundo o 'grande mistério', em que a  Esposa responde com o dom do amor ao dom do Esposo.

No evangelho de Lucas há uma  Maria que nos precede a todos na santidade que é o mistério da Igreja como "a Esposa sem mancha nem ruga". Como nos ensina a  Sagrada Escritura que diz: para apresentar a si mesmo uma Igreja gloriosa, sem mancha nem ruga ou qualquer outro defeito, mas santa e imaculada (Ef 5, 27). Por isso, "a dimensão marial da Igreja antecede sua dimensão petrina". Conforme mariologicamente confirma a Carta Apostólica de João II, Mulieris dignitatem, 7: 1. item 27.

É um dever saber do papel da Virgem Maria no mistério de Cristo e do Espírito, mas convém considerar o lugar dela no mistério da Igreja. Pois, ela  é também verdadeiramente Mãe dos membros de Cristo, porque cooperou pela caridade para que na Igreja nascessem os fiéis que são os membros desta Cabeça' (L.G., item 53, S. Agostinho, virg. 6 : PL 40,399). Além, disto, após a ascensão de seu Filho, Maria "assistiu com suas orações a Igreja nascente”. Reunida com os apóstolos e algumas mulheres, "vemos Maria pedindo com suas orações, o dom do Espírito, o qual, na Anunciação, a tinha coberto com sua sombra (Lumen gentium » item 59)".

É sempre bom recordar que a mediação materna de Maria não é contraditória com a  única e perfeita mediação de Cristo. O Concílio, depois de ter mencionado Maria “Medianeira”, esclareceu: “Mas isto entende-se de maneira que nada tire nem acrescente à dignidade e eficácia do único Mediador, que é Cristo” (LG, 62).  “A função maternal de Maria em relação aos homens de modo algum ofusca ou diminui esta única mediação de Cristo; antes, manifesta a sua eficácia” (LG, 60).

Diz ainda o Concílio: “Com efeito, todo o influxo salvador da Virgem Santíssima sobre os homens se deve ao beneplácito divino e não a qualquer necessidade; deriva da abundância dos méritos de Cristo, funda-se na Sua mediação e dela depende inteiramente, haurindo aí toda a sua eficácia” (LG, 60).

Isto quer dizer que a mediação da Mãe da Igreja por seus filhos não é uma mediação “paralela”, nem autônoma, mas subordinada à de Cristo. Diz o Concílio: “De modo nenhum impede a união imediata dos fiéis com Cristo, antes a favorece” (ibid.).

A mediação materna de Maria é um grande dom do Pai à humanidade. Por isso o Concílio conclui dizendo: “Esta função subordinada de Maria, não hesita a Igreja em proclamá-la; sente-a constantemente e inculca-a nos fiéis…” (ibid.).

Ela brilha como sinal da esperança para o Povo de Deus em peregrinação,  é aquela que a Igreja venera como a Mãe de seu Senhor e como sua própria Mãe e  foi exaltada pelo Senhor como Rainha do universo.


Finalmente, preservada imune de toda mancha da culpa original, terminado o curso da vida terrestre, foi assunta em corpo e alma à glória celeste. Por sua adesão total à vontade do Pai, à obra redentora de seu Filho, a Virgem Maria é para a Igreja o modelo da fé e da caridade. E, pela obediência, fé, esperança e ardente caridade, ela cooperou na obra do Salvador para a restauração da vida sobrenatural das almas. Por este motivo ela se tornou para nós mãe na ordem da graça, logo a Virgem coopera com Cristo no renascimento espiritual da humanidade e este é o grande papel de Maria hoje na vida da Igreja.  


Jornal Online “A Voz de Lourdes” – Maio de 2016
Compilação e Edição: Sérgio Bonadiman - Revisão e Publicação: Dermeval Neves
Responsabilidade: PASCOM Paróquia Nossa Senhora de Lourdes - Vila Hamburguesa - SP
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