segunda-feira, 7 de outubro de 2013

MARIA TEMPLO DO ESPÍRITO SANTO

Dia 12 de outubro celebramos a Solenidade de Nossa Senhora da Conceição de Aparecida, padroeira e protetora do Brasil. Todo brasileiro cristão católico reconhece Nossa Senhora de Aparecida como mãe e intercessora.

E qual cristão brasileiro católico que não foi em Romaria ao Santuário da Basílica de Nossa Senhora Aparecida homenagear a Virgem Santíssima, participando da celebração da Eucaristia com sua família, seus amigos ou sua comunidade?

No ano de 2001, o beato João Paulo II, escreveu essa singela oração à Virgem Maria: “Tu és a Toda Bela, que o Altíssimo vestiu com o seu poder. Tu és a Toda Santa, que Deus preparou como sua intacta habitação de glória. Ave, Templo misterioso de Deus, ave, cheia de graça, intercede por nós”!

Nas palavras do anjo Gabriel, o mensageiro de Deus saúda a Virgem de Nazaré com palavras fraternas e cordiais: “Ave, cheia de Graça, o Senhor é contigo” (Lucas 1,28). Nesta saudação, Maria é chamada de “Cheia de Graça”. Tal expressão diz-nos quem é Maria: é aquela repleta da Presença de Deus, do favor divino, da Santidade e do Amor do Senhor. É aquela que a gratuidade amorosa de Deus beneficiou com uma especial Santidade, desde o primeiro momento de sua existência.

No Prefácio da Imaculada Conceição de Nossa Senhora, lemos: “A fim de preparar para o vosso Filho, uma mãe que fosse digna Dele, preservastes a Virgem Maria da mancha do pecado original, enriquecendo-a com a plenitude de vossa graça. Nela, nos destes as primícias da Igreja, esposa de Cristo, sem ruga e sem mancha, resplandecente beleza. Puríssima, na verdade, devia ser a Virgem que nos daria o Salvador, o Cordeiro sem mancha que tira os nossos pecados. Escolhida, entre todas as mulheres, modelo de santidade e advogada nossa, ela intervém constantemente em favor de vosso povo. (Missal Dominical: Missal da Assembleia Cristã. Paulus,1995. p. 589).

No Ofício de Leituras do Comum de Nossa Senhora, nos degustamos de saborosas palavras dirigidas à Virgem Maria: “Aquele a quem adoram, o céu, a terra, o mar, o que governa o mundo, na Virgem vem morar. A lua, o sol e os astros o servem, sem cessar. Mas ele vem no seio da Virgem se ocultar. Feliz, ó Mãe, que abrigas o Autor da Salvação na arca do teu seio, que vive entre nós” (Hino da Liturgia das Horas: Comum de Nossa Senhora – Ofício das Leituras).

No Catecismo da Igreja Católica, fruto do pensamento da Igreja, também nos deleitamos com belíssimas afirmações marianas relacionadas à expressão “Alegra-te, cheia de graça”. Ao lermos os parágrafos §721 à §725, entendemos como a Igreja compreende a graça divina na pessoa de Maria:

§721 – Maria, a Mãe de Deus toda santa, sempre Virgem, é a obra prima da missão do Filho e do Espírito na plenitude do tempo pela primeira vez no plano da salvação e porque o seu Espírito a preparou, o Pai encontra a Morada em, que seu Filho e seu Espírito podem habitar entre os homens. E neste sentido que a Tradição da Igreja muitas vezes leu, com relação à Maria, os mais belos textos sobre a Sabedoria: Maria é decantada e representada na Liturgia como o "trono da Sabedoria". Nela começam a manifestar-se as "maravilhas de Deus" que o Espírito vai realizar em Cristo e na Igreja.

§722 – O Espírito Santo preparou Maria com sua graça. Convinha que fosse "cheia de graça" a mãe daquele em quem "habita corporalmente a Plenitude da Divindade" (Cl 2,9). Por pura graça, ela foi concebida sem pecado como a mais humilde das criaturas; a mais capaz de acolher o Dom inefável do Todo-Poderoso. É com razão que o anjo Gabriel a saúda como a "filha de Sião": "Alegra-te". É a ação de graças de todo o Povo de Deus, e portanto da Igreja, que ela faz subir ao Pai no Espírito Santo em seu cântico, enquanto traz em si o Filho Eterno.

§723 – Em Maria, o Espírito Santo realiza o desígnio benevolente do Pai. É pelo Espírito Santo que a Virgem concebe e dá à luz o Filho de Deus. Sua virgindade transforma-se em fecundidade única pelo poder do Espírito e da fé.

§724 – Em Maria, o Espírito Santo manifesta o Filho do Pai tornado Filho da Virgem. Ela é a Sarça ardente da Teofania definitiva: repleta do Espírito Santo, ela mostra o Verbo na humildade de sua carne, e é aos Pobres e às primícias das nações que ela o dá a conhecer.

§725 – Finalmente, por Maria o Espírito Santo começa a pôr em Comunhão com Cristo os homens, "objetos do amor benevolente de Deus", e os humildes são sempre os primeiros a recebê-lo: os pastores, os magos, Simeão e Ana, os esposos de Caná e os primeiros discípulos.

Concluo essa nossa reflexão mariana, convidando à você, querida amiga, a fazermos juntos essa oração tão simples, mas ao mesmo tempo tão nobre, que enobrece a pessoa da Virgem Maria, que de tal pessoa aprendemos duas grandes virtudes: a do silêncio – pois, ela guardava os fatos em seu coração e neles meditava, e a da humildade – fazei tudo que Ele vos disser, pois a humildade nos direciona à obediência livre e amorosa às Palavras de Jesus:

Virgem Santíssima, que fostes concebida sem o pecado original e por isto merecestes o título de Nossa Senhora da Imaculada Conceição e por terdes evitado todos os outros pecados, o Anjo Gabriel vos saudou com as belas palavras: "Ave Maria, cheia de graça"; nós vos pedimos que nos alcanceis do vosso divino Filho o auxílio necessário para vencermos as tentações e evitarmos os pecados e, já que nós vos chamamos de Mãe, atendei-nos com carinho maternal e ajudai-nos a viver como dignos filhos vossos. Amém!

Frei Laércio Rodrigues da Cruz, OAR.


Jornal Online “A Voz de Lourdes” - Outubro 2013
Compilação e Edição: Sérgio Bonadiman - Revisão e Publicação: Dermeval Neves
Responsabilidade: PASCOM Paróquia Nossa Senhora de Lourdes - Vila Hamburguesa - SP
Site da Paróquia: http://www.pnslourdes.com.br